APOSTASIA (2Tes 2,3-12) - Quem nasceu ateu e sempre se manteve ateu não pode ser apóstata.Só é apóstata aquele deixou de crer após ter acreditado. Devemos também distinguir o sentido do termo apostasia na teologia e na Bíblia. A teologia considera apóstata aquele que, após ter chegado à fé, a abandona completamente, negando a própria existência de Deus. Para a teologia, é apóstata quem passa da fé para o ateísmo. Se alguém, que acredita, nega uma verdade revelada, sem abandonar a crença, para a teologia, é um herege. O Novo Testamento fala em apostasia. Portanto, já na época dos apóstolos, o fenômeno apostasia era conhecido. Não se tem conhecimento, nos tempos apostólicos, de pessoas que tenham virado atéias após ter aderido ao cristianismo. Quando os apóstolos falam em apostasia deviam referir-se ao fato de pessoas que, após ter aderido ao cristianismo, negavam verdades reveladas, sem abandonar a crença em Deus. Para a Bíblia, portanto, apostasia corresponde à negação de verdades reveladas.Por exemplo, para a Bíblia, quem nega a presença real de Jesus na Eucaristia, é um apóstata. Para sabermos se a grande apostasia já está no auge, basta que vejamos se, entre os cristãos, o número dos que negam parte das verdades reveladas (p.ex: a Eucaristia) é muito maior dos que aceitam todas as verdades reveladas. Quando dizemos aceitar as verdades reveladas, entendemos vivê-las; voltando ao exemplo da Eucaristia, só pode dizer que a aceita aquele que a recebe dignamente.
CONFRONTO ANTI-CRISTO / JESUS CRISTO (2Tes 2,3-12) - O confronto anti-cristo/Jesus Cristo se dará antes da vinda de Jesus sobre as nuvens. Quando Jesus voltar glorioso ninguém terá coragem de enfrentá-lo (cf Ap 1,7). S Paulo nos diz que o anti-cristo se levantará contra "tudo o que é divino e sagrado"(cf 2 Tes 2,4).
1 - Como o anti-cristo tencionará destruir, não uma pessoa, mas algo que ele considerará um simples objeto (a Eucaristia), não se voltará diretamente contra "o objeto divino e sagrado", mas contra os que adoram Jesus escondido na Eucaristia. É evidente que o objeto divino e sagrado contra o qual o anti-cristo se levantará é a Eucaristia, pois não há outro objeto que tenha forma material para os olhos humanos e seja realmente Jesus. Sabemos que o pão consagrado por um sacerdote legitimamente ordenado é Jesus, porque o próprio Jesus o afirmou. O anti-cristo não se voltará contra toda a humanidade. O confronto envolverá somente a parte da humanidade que crê em Jesus:os que crêem em Jesus mas não aceitam a Eucaristia contra os crêem na presença real de Jesus na Eucaristia.
2 - O confronto entre o anti-cristo e Cristo se dará antes do fim do mundo e antes da vinda gloriosa de Jesus. Prestemos atenção ao que diz S Paulo (2Tes 2,3-4): É necessário que ANTES venha a apostasia... se manifeste o anti-cristo... que se levanta contra tudo o que é divino e sagrado... A palavra ANTES rege toda a frase. Portanto,antes do fim do mundo e antes da segunda vinda de Jesus, deve vir a apostasia, deve manifestar-se o anti-cristo e o anti-cristo deve executar sua ação contra tudo o que é chamado Deus. No confronto o anti-cristo é destruído e, com a vinda gloriosa de Jesus, é aniquilado. "Então o ímpio se manifestará. Mas o Senhor Jesus o destruirá com o sopro de sua boca e o aniquilará com o esplendor de sua vinda"(2Tes 2,8). Este versículo confirma que o confronto e a derrota do anti-cristo acontecerão antes da segunda vinda de Jesus em forma visível. O sopro que destruirá o anti-cristo sairá da boca de Jesus. Como este fato acontecerá antes da segunda vinda de Jesus, é evidente que este sopro sairá da Eucaristia. Isto confirma indiscutivelmente que uma hóstia consagrada é o próprio Jesus. Após criar Adão, Deus soprou nele.
Em Deus tudo é eterno, inclusive o sopro. Após ter recebido o sopro de Deus, Adão passou a ter, em si, um elemento eterno, que João chama de vida eterna(cf Jo 6,53-54). Antes do pecado, Adão e Eva tinham os seguintes elementos criados: corpo físico, vida física e alma imortal. Recebendo o sopro de Deus, eles passaram a ter também um elemento incriado: a vida eterna. A vida eterna (o sopro) foi colocada em Adão. Se foi colocada podia ser tirada. Adão e Eva pecaram e, por isto, perderam a vida eterna. Após o pecado Adão e Eva conservaram a vida física, mas morreram, isto é, perderam a vida eterna que Deus tinha colocado neles. "Então Jesus lhes disse: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue,não tereis a vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia"(Jo 6,53-54). A Eucaristia é o sopro de Deus. É através dela, que o elemento eterno (vida eterna), que Adão e Eva perderam ao cometer o primeiro pecado, volta para cada um de nós.
3 - Como o aniquilamento só acontecerá com a vinda de Jesus, antes do aniquilamento, mesmo no confronto, será ainda possível mudar de lado. Portanto, se, durante o confronto entre o anti-cristo e Cristo, alguém estiver do lado errado, isto é do lado daquele que será destruído pelo sopro que sairá da boca de Jesus (Eucaristia), que se apresse a pular para o lado oposto, ou seja,para o lado onde estiver Jesus Eucaristia, junto com aqueles que tiverem permanecido de pé.
4 - Do lado do anti-cristo haverá mais gente do que do lado de Jesus (Eucaristia). É difícil prever qual será o motivo concreto do confronto, mas pode muito bem ser uma tentativa de unificação das religiões cristãs. Como os apóstatas (cristãos que negam a Eucaristia) se tornarão muito mais numerosos que os que permanecerão fiéis à fé na presença real de Jesus na Eucaristia,o grupo maior poderá tentar suprimir o grupo menor em nome da unidade dos cristãos. Em 1492 foi descoberta a América. Com o descobrimento das Américas e o imediato envio de missionários para evangelizar os povos indígenas, o Evangelho atingiu todo o planeta (cf Mt 24,14). Aproximadamente 35 anos após o descobrimento da América, surge o protestantismo. A apostasia,que existiu desde os tempos apostólicos em forma desorganizada,agora começa a se estruturar. Com a reforma protestante,os cristãos começam a se dividir em grupos, tornando possível um confronto entre eles.
5 - Quem estiver do lado de Jesus Cristo (Eucaristia), durante o confronto, não precisará temer, pois não será atingido pelo anti-cristo. O anti-cristo será derrotado antes de concretizar o seu plano de suprimir os poucos que permanecerem fiéis à Eucaristia. No confronto entre o sumo-sacerdote e Jesus Cristo, nenhum dos discípulos foi tocado. No momento da prisão de Jesus no horto das oliveiras, Pedro chegou a provocar o batalhão, cortando a orelha de um dos soldados. Mesmo assim nenhum dos apóstolos presentes foi agredido. Quem agirá será Jesus. O sopro que derrubará o anti-cristo virá de uma hóstia consagrada.
6 - O julgamento de Jesus, perante o sumo-sacerdote e o sinédrio, representa o primeiro confronto entre o anti-cristo e Jesus Cristo e é modelo do segundo confronto. O sumo sacerdote tinha perante si um homem amarrado,aparentemente incapaz de se defender, que afirmava ser Filho de Deus, fazendo-se assim igual a Deus. O anti-cristo terá perante si uma hóstia consagrada, aparentemente incapaz de se defender, que Jesus afirmou ser Ele mesmo (cf Mt 26,26). No primeiro confronto, Jesus não reagiu. No segundo confronto, Jesus vai reagir (cf 2Tes 2,8).
Segue abaixo uma análise do primeiro confronto (sumo-sacerdote/Jesus Cristo), comparado com o segundo confronto (anti-cristo/Jesus Cristo-Eucaristia).
PRIMEIRO CONFRONTO SUMO-SACERDOTE.
O sumo-sacerdote estava perante um homem (Jesus) amarrado, aparentemente incapaz de se defender.
O sumo sacerdote estava perante um homem que disse ser o Messias, o Filho de Deus, Jesus, perante o sumo-sacerdote, não fez nenhum milagre. O sumo-sacerdote, tinha somente a palavra de Jesus para acreditar que o homem (Jesus), que estava sendo julgado, era o Messias, o Filho de Deus (Mt 26,63-64).
O sumo-sacerdote e todos os que estavam do lado dele eram judeus. Todos acreditavam, esperavam o Messias e conheciam o que a Bíblia dizia sobre o Messias, mas não admitiam que o homem amarrado que estava sendo julgado, fosse o Messias. O Messias, o Filho de Deus, estava escondido num homem (Jesus) amarrado.
Não se pode dizer que o sumo-sacerdote e seus seguidores não estivessem agindo de boa fé. Eles pensavam estar realmente perante um homem blasfemo, um simples homem, que dizia ter origem divina. Tanto o julgamento perante o sinédrio como na condenação perante Pilatos, o sumo-sacerdote tinha um número de seguidores maior do que Jesus. No momento da prisão, Jesus tinha somente onze seguidores consigo e somente Pedro e João acompanharam Jesus até o julgamento.
SEGUNDO CONFRONTO ANTI-CRISTO
O anti-cristo estará perante uma hóstia consagrada, aparentemente incapaz de qualquer reação.
O anti-cristo estará perante uma hóstia consagrada e terá somente a palavra de Jesus:"Isto é o meu corpo" (Mt 26.26) para crer.Para ser contra Jesus, o anti-cristo e seus seguidores devem conhecer Jesus e o que o Novo Testamento fala sobre Ele, mas não acreditarão que Jesus está presente na hóstia consagrada. O anti-cristo e seus seguidores também pensarão estar fazendo a vontade de Deus ao destruir a Eucaristia.
TRIBULAÇÃO (Mt 24,29) - Mateus se refere a uma grande tribulação por duas vezes, no versículo 21 e 29. A tribulação citada no versículo 21 evidentemente se refere ao cerco e à destruição de Jerusalém. Neste versículo, Mateus fala que não haverá outra tribulação semelhante àquela: "Porque então a tribulação será tão grande como nunca foi vista, desde o começo do mundo até o presente,nem jamais será" (Mt 24,21). No versículo 29 torna a falar de tribulação.Como Mateus não tinha noção da demora do retorno de Jesus, e como ele afirma que os fatos que realizam o fim do mundo começam logo após a tribulação: "Logo após estes dias de tribulação, o sol escurecerá..." (v 29a), é provável que o versículo 29 se refira à tribulação concernente ao cerco de Jerusalém. Assim,Mateus estaria afirmando apenas que o fim do mundo viria somente após a destruição de Jerusalém.Mateus, Marcos e Lucas escreveram o Evangelho antes da destruição de Jerusalém. O trecho Mt 24,29-31, Mc 13,24-37 e Lc 21,35-36 é repetido no Apc 6,12-17. Quando João escreveu o Evangelho e o Apocalipse, Jerusalém já tinha sido destruída. Por isto o termo "tribulação" em João não está ligado ao cerco de Jerusalém, que já era fato passado. Ao relacionar os fenômenos que concretizam o fim do mundo (Apc 6,12-17), João não fala em tribulação, mas cita um terremoto que consta também em Mateus,Marcos e Lucas apesar de deslocado. Segundo João,os fenômenos começam com um terremoto. Como todos os fenômenos devem ser perceptíveis em todo o mundo, este terremoto deve chacoalhar todo o planeta. João também fala em tribulação.Mas, segundo João, a tribulação atinge todas as pessoas salvas, não apenas as que estiverem vivas nos dias que precedem o fim do mundo. Os capítulos 6 e 7 do Apocalipse fazem um resumo da visão de João. João foi arrebatado ao céu. Na visão foi-lhe mostrado o presente e o futuro.Na abertura do quinto selo, viu as almas das pessoas mortas até aquele momento que se salvaram (os eleitos). Estas almas reclamavam justiça.Para Deus fazer justiça, precisa separar os eleitos dos condenados. Isto só será feito após o fim do mundo. Foi então dito a essas almas que aguardassem "até que se completasse o número dos COMPANHEIROS de serviço e IRMÃOS que estavam como eles para serem mortos (Apc 6,9-11).Deus sabe quantos anjos existem, quantos demônios existem, quantos cabelos há na cabeça de cada ser humano e, é lógico, sabe também o número de vagas que há no céu, ou seja, quantos seres humanos devem morar no céu. Enquanto todas as vagas que há no céu não forem ocupadas,completando assim o número dos eleitos, o fim do mundo não pode vir.Prestemos atenção ao detalhe, o Apocalipse fala em COMPANHEIROS de serviço e IRMÃOS (Apc 6,11), fazendo distinção entre pastores e ovelhas, evangelizadores e evangelizados. Na visão do Apc 6,9-11, João vê as almas das pessoas salvas até aquele momento. Nesta visão o céu não estava lotado, por isto aquelas almas deviam aguardar pela justiça divina. O julgamento,com a premiação dos bons e condenação dos maus será após o fim do mundo (cf Mt 25,31-46). Como, na visão, João vê também o futuro, no Apc 7,04-16, é-lhe mostrado o céu lotado, com o número dos eleitos já completo. Os judeus salvos são doze mil de cada tribo, perfazendo um total de cento e quarenta e quatro mil. Este número pôde ser contado, porque era um número pequeno (Apc 7,4-9). Depois João viu uma multidão que ninguém conseguia contar. São as pessoas salvas, os eleitos, não judeus (Apc 7,9-10). Esta parte da visão mostra o céu lotado, com as pessoas salvas que viveram ao longo de toda a história da humanidade, desde a criação do homem até o fim do mundo.Neste item, estamos procurando entender o sentido da palavra "tribulação" no Apocalipse que foi escrito após a destruição de Jerusalém. Um dos anciãos explica para João quem são as pessoas que ele estava vendo no céu (Apc 7,13-16). Lembremos que trata-se das pessoas salvas que viveram e viverão no decorrer de toda a história da humanidade. O ancião diz a João: "Estes são os sobreviventes da grande tribulação; lavaram suas vestes e as alvejaram no sangue do cordeiro" (Apc 7,14b). Segundo João, todas as pessoas que se salvaram passaram pela grande tribulação, mesmo as que viveram em regiões e em épocas em que não houve perseguição religiosa, nem qualquer outro tipo de transtornos tribulacionais. João identifica a tribulação com os sacrifícios que os cristãos devem fazer para serem fiéis à fé em Jesus Cristo, em vista da salvação.
TERREMOTO - O Apocalipse foi escrito após a destruição de Jerusalém e, por isto, é mais preciso ao relacionar a sucessão dos fatos que concretizam o fim do mundo. A apostasia, que se iniciou já no tempo dos apóstolos e começou a se estruturar com a reforma protestante (1529), chegará ao auge antes de iniciarem os fenômenos que constituem o fim do mundo. Ainda no tempo normal da Igreja, no auge da apostasia, haverá o confronto entre o anti-cristo e Jesus Cristo(Eucaristia). Segundo o Apocalipse, o primeiro fenômeno diretamente ligado ao fim do mundo será um grande terremoto. "Depois vi o cordeiro abrir o sexto selo; e sobreveio então um grande terremoto"(Apc 6,12). O terremoto é seguido pelo escurecimento do sol, lua, queda das estrelas.(cf Apc 6,12-17). Mateus, Marcos e Lucas também falam deste terremoto. Mas,como escreveram os evangelhos antes da destruição de Jerusalém, não relacionaram os fenômenos em ordem. Nestes três evangelhos,o terremoto é citado antes da destruição de Jerusalém, apesar de se referir ao fim do mundo. Mt 24,07-08 : "Levantar-se-á nação contra nação e reino contra reino, e haverá fomes, pestes e terremotos em diversas regiões. Mas todas estas coisas serão apenas o início das dores". Mc 13,08 : "De fato, levantar-se-á nação contra nação e reino contra reino. Haverá terremotos em diversas regiões, haverá fomes". Mas estas coisas são apenas o princípio das dores". Lc 21,10-11 : "Dizia-lhes então: Erguer-se-á povo contra povo e reino contra reino, e haverá grandes terremotos e, em vários lugares, fomes e epidemias; haverá eventos apavorantes e sinais portentosos virão do céu". Os terremotos citados por Mateus, Marcos e Lucas,apesar de serem colocados fora de ordem no texto, devem corresponder ao terremoto que o Apocalipse liga diretamente com o fim do mundo. Os fenômenos que destruirão o planeta começarão com este terremoto (Apc 6,12-17). Como todos os fenômenos que determinam o fim do mundo devem ser percebidos em todo o planeta, este terremoto também deverá chacoalhar a terra inteira. Não pode, portanto, ser confundido com tremores de terra localizados, por maiores que forem.Este tremor de terra pode também ter origem externa, isto é, poderá ser provocado pelo choque de um meteoro de grandes proporções com a terra. Dependendo do tamanho do objeto que colidir com a terra o efeito será desastroso para todo o planeta. Um choque muito violento entre um meteoro de grandes proporções e a terra poderá lançar para o ar todas as águas do planeta. O retorno das águas aos seus leitos naturais acabaria por destruir tudo o que, eventualmente, não tivesse sido destruído pelo choque.
ESCURECIMENTO DO SOL E DA LUA - Mateus e Marcos falam que este fenômeno acontecerá após a tribulação. Ambos falam de uma tribulação como nunca houve e nem haverá (Mt 24,21 / Mc 13,19) nos versículos em que anunciam a destruição de Jerusalém.Ao anunciar a segunda vinda de Jesus,afirmam que se dará após a tribulação ( Mt 24,29-31 >/ Mc 13,24-27). Como eles não imaginavam que a segunda vinda de Jesus aconteceria milênios após a destruição de Jerusalém, simplesmente dizem que os fenômenos que precedem a segunda vinda de Jesus, acontecerão após a tribulação. Poderiam ter dito: "após a destruição de Jerusalém", em vez de dizer "após a tribulação". Não se pode, portanto, deduzir que haverá duas tribulações: uma durante o cerco de Jerusalém ( 66-70) e outra imediatamente antes dos fenômenos que destruirão o planeta. Antes da segunda vinda de Cristo não haverá nenhuma tribulação especial, pois acontecerá quando os homens disserem"prosperidade e segurança"(1Tes 5,3). A própria destruição do mundo poderá ser uma verdadeira tribulação para aqueles que estiverem ainda vivos quando os fenômenos começarem a se realizar.O escurecimento do sol e da lua devem ser fenômenos verificáveis em toda a terra e devem ser simultâneos, isto é, o sol e a lua deixarão de brilhar, para quem estiver na terra, ao mesmo tempo. A lua reflete a luz do sol. Se o sol escurece, a lua não terá mais luz para refletir. Se a luz do sol, por algum fator, não puder mais chegar à superfície da terra, a luz refletida pela lua também não poderá atingir a superfície do planeta. O dia perderá a luz do sol e a noite perderá a claridade de lua. Enquanto uma parte do planeta não terá a luz do sol, a outra parte não terá a claridade de lua. Pelos evangelhos, a meu ver, não é possível determinar a duração deste fenômeno. Supondo que o terremoto de que falamos no item anterior (pgs 9 a 11) seja provocado pelo choque de um meteoro de grandes dimensões com a terra, o escurecimento do sol e da lua poderiam ser causados também por fumaça, poeira e vapor. Ao entrar na atmosfera, o meteoro ficaria super-aquecido com conseqüente desintegração parcial. Dependendo de sua composição química, desta desintegração poderiam resultar gases em quantidade suficiente para envolver o planeta. Os depósitos de combustíveis espalhados pelo mundo também poderão entrar em combustão, aumentando a quantidade de fumaça. A combustão de outros materiais, especialmente no lado do planeta que for atingido pelo meteoro, ajudará a cobrir a terra com uma camada de fumaça que impedirá a claridade do sol e da lua de atingir-lhe a superfície durante semanas ao até meses.
QUEDA DAS ESTRELAS - A queda das estrelas, segundo a Bíblia, será posterior ao terremoto.Conforme vimos no item anterior, o tremor de terra poderá ser provocado pelo choque de um meteoro de grandes dimensões com a terra. Dependendo do deslocamento que este choque provocar no planeta, todo o sistema solar, ou até todo o universo poderá entrar em desarmonia, atirando um astro contra o outro. A catástrofe poderá ter a terra como ponto de origem (choque de um astro com a terra) ou originar-se em outro ponto do universo, envolvendo a terra. Neste caso, a catástrofe universal começaria com o choque de dois astros quaisquer,no universo, entre si. Afirmando que as estrelas cairão, Jesus quer nos dizer que os fenômenos que determinarão o fim do mundo não se restringirão ao planeta terra.Após este fenômeno, ainda haverá sobreviventes, pois Jesus ainda não apareceu. Mas, sofrendo as conseqüências dessa desarmonia, a terra poderá ser submetida a movimentos tais, que destruirão todas as construções, deslocarão as águas de seus leitos naturais, matando uma porcentagem altíssima dos seres vivos. Apesar da brutalidade do desastre, haverá sobreviventes, porque isto tudo acontecerá antes de Jesus aparecer sobre as nuvens."Eis que faço novas todas as coisas" (Apc 21,5) "A cidade (Nova Jerusalém) não necessita de sol nem de lua para a iluminar, porque a glória de Deus a ilumina e a sua luz é o Cordeiro" (Apc 21,23). Deus fará novas todas as coisas, mas entre as coisas renovadas não se encontra a luz do sol. Não havendo a luz do sol automaticamente não há também a luz da lua. Se na nova Jerusalém não houver sol, é porque ele não foi renovado. Se o sol não foi renovado é porque desapareceu. Disto podemos deduzir que a catástrofe pode ter origem numa desintegração do sol, sendo a matéria que o constitui absorvida pelos outros astros. Com a desintegração do sol, todo o sistema solar perderia o seu ponto de atração,entrando todo o sistema em desarmonia total. Não podemos também excluir a possibilidade do homem colocar a terra fora de órbita numa explosão atômica acidental. Esta explosão atômica deveria ser acidental, porque a catástrofe iniciará numa época em que ela não é esperada, quando os homens disserem: "Prosperidade e segurança" (1Tes 5,3). Se for o homem desencadear o fim do mundo, não o fará em tempo de guerra, a não ser que se trate de uma guerra que envolve uma parte muito pequena do planeta. Esta hipótese tem probabilidade, porque, o corpo de Jesus que é protótipo de tudo, inclusive do universo, foi destruído pelas mãos dos homens.Se Deus quiser, pode Ele mesmo intervir no universo para destruí-lo. Esta hipótese, porém, tem pouca probabilidade, porque os fenômenos destrutivos ( terremoto, escurecimento do sol e da lua, queda das estrelas, abalo das potências celestes) são anteriores ao aparecimento de Jesus sobre as nuvens e Deus age através de Jesus. Deus agirá após a segunda vinda de Jesus e sua intervenção terá por objetivo reconstruir o universo ( "eis que faço novas todas as coisas"Apc 21,5) nos moldes do que era antes do pecado.
ABALO DAS POTÊNCIAS CELESTES - "As potências do céu serão abaladas" (Mt 24,29). "O céu desapareceu como um pedaço de papiro que se enrola" (Apc 6,14). Por potências celestes entendia-se,na época, os astros.Queda das estrelas e abalo das potências celestes vem a ser o mesmo fenômeno. Na época, pensava-se que a abóbada celeste, que se vê quando não há nuvens, fosse uma calota sólida na qual estavam presas todas as estrelas. O Apocalipse que, neste ponto, é mais preciso que os sinóticos,após falar da queda das estrelas ( Apc 6,13), diz que a abóbada celeste foi suprimida (Apc 6,14). Como supunha-se que Deus morava acima da abóbada celeste, sendo ela retirada, os sobreviventes, na terra, puderam ver Deus no trono e o cordeiro e ficaram apavorados (cf Apc 6,15-17). Jesus, o cordeiro, podia ser visto em seu lugar no céu, antes de sair para voltar à terra. O Apocalipse falará da volta de Jesus ao mundo somente no capítulo 19. A mesma causa que provoca a queda das estrelas (item anterior) abala também as potências celestes: 1. Choque de um meteoro de grandes dimensões contra a terra. 2. Choque de dois astros quaisquer entre si com conseqüências para a terra. 3. Desintegração total do sol, sendo a matéria que o constitui absorvida por outros astros. 4. Explosão atômica acidental por parte do homem, colocando a terra fora de órbita. 5. Intervenção direta de Deus.
APARECIMENTO NO CÉU DO SINAL DO FILHO DO HOMEM - Os discípulos perguntaram a Jesus quando viria o fim do mundo e qual seria o sinal de sua volta (cf Mt 24,3 / Mc 13,4 / Lc 21,7). Jesus responde que, após a catástrofe cósmica, apareceria o sinal do Filho do Homem (cf Mt 24,30). Mateus, Marcos e Lucas citam a pergunta dos discípulos fazendo alusão a um sinal que precederá a segunda vinda de Jesus. Somente Mateus alude a este sinal na resposta de Jesus. Entre a catástrofe cósmica que porá fim a este mundo e a segunda vinda de Jesus haverá um sinal no céu que anunciará o aparecimento de Jesus. Com referência a este sinal há dois fatores a serem levados em conta: 1. Quanto tempo antes da vinda de Jesus o sinal se tornará visível? 2. Em que consistirá este sinal? 1.Segundo Mateus (24,29), o sinal acontecerá após a catástrofe,será visto por todos e todos baterão no peito. Conclue-se que este sinal acontecerá após o fim do período em que a conversão será ainda possível. Portanto, quando o sinal for visto, para a conversão será tarde. O tempo que separa o aparecimento do sinal do Filho do Homem da segunda vinda de Jesus será pequeno ou inexistente. O mais provável é que o sinal seja imediatamente sucedido pelo aparecimento de Jesus.2.O sinal pode ser muito simples. Quando os anjos anunciaram aos pastores o nascimento de Jesus, lhes deram como sinal um recém nascido envolto em panos e deitado numa manjedoura (Lc 2,12 ). Para revelar-se aos discípulos de Emaus Jesus partiu o pão, repetindo, neste caso, o gesto feito na multiplicação dos pães ( Lc 24,30). Este sinal terá as seguintes características: - Aparecerá no céu. - Será reconhecido por todos os povos, mesmo os que não crêem. - Induzirá todos os povos a reconhecerem seus erros (todos baterão no peito). Quando o evangelho fala todos os povos, entende membros de todos os povos, não necessariamente todos os indivíduos de cada um dos povos existentes. A essência de todo o sinal é revelar aquilo que ele representa. A fumaça é sinal do fogo. A fumaça sobe no ar e se torna visível, mesmo para quem está longe e não pode ver o fogo. A fumaça que sobe confirma que na origem há fogo. Quando o sinal do Filho do Homem aparecer, todos baterão no peito, não por causa do sinal, mas por causa de Jesus que estará chegando. Se alguém,que mora no último andar de um prédio, ao abrir a porta do seu apartamento, encontrar o corredor e a escada cheios de fumaça, foge apressado, porque sabe, mesmo sem ter visto chamas, que o prédio pegou fogo.A seguir relacionamos algumas hipóteses do que poderia ser esse sinal: a) O sinal representativo de Jesus mais conhecido no mundo é a cruz. Esta é, portanto, a primeira probabilidade:o aparecimento de uma cruz, no céu, visível em todo o planeta.b) O último fato religioso-humano de grande impacto, que precederá a catástrofe cósmica, será o confronto entre o anti-cristo e Cristo. O anti-cristo não atacará Jesus Cristo diretamente, porque Ele ainda não terá aparecido, mas a Eucaristia (cf pgs 1 a 7 ). Por isto, o sinal poderia ser também uma cruz com uma hóstia afixada nela. Este sinal seria compreensível em combinação com o confronto anti-cristo/Jesus Cristo. Neste caso a tentativa de destruir a Eucaristia (confronto anti-cristo/Jesus Cristo) seria entendida como uma nova crucifixão de Jesus. Há dois mil anos pregaram o corpo de Jesus na cruz para destruí-lo.No confronto, a tentativa de destruição da Eucaristia seria compreendida como uma repetição do sacrifício da cruz.c) A Eucaristia é Jesus. O sinal poderia ser também o aparecimento de um pão em forma de hóstia, no ar, visível em todo o planeta. Esta probabilidade é mais remota, porque a Eucaristia é menos conhecida do que a cruz entre os não católicos e a função do sinal é revelar Jesus que vem. d) Jesus é o cordeiro que tira o pecado do mundo.Jesus foi morto na cruz. O sinal poderia ser o aparecimento de um cordeiro sangrado carregando uma cruz. No calvário a cruz de pé sustentou Jesus vivo até Ele morrer. Desta vez Jesus vivo em forma de cordeiro sangrado sustentaria a cruz. Quem recebe o livro, selado com sete selos, das mãos daquele que está sentado no trono é o cordeiro de pé como que imolado (Apc 5,6-7). Quem conduzirá os eleitos por toda a eternidade será o cordeiro (Apc 7,15-16). e) O sinal pode se manifestar também através de uma mulher, no ar, ameaçada por um dragão, nos moldes da descrição do Apc 12. f) Após a morte e o arrebatamento das duas testemunhas, haverá um terremoto de grandes proporções. Os sobreviventes darão glória a Deus (Apc 11,13). Dar glória a Deus pode significar bater no peito (cf Mt 24,30). "Abriu-se o templo de Deus, no céu, e nesse seu templo apareceu a arca da aliança; e estalaram relâmpagos, gritos, trovões, terremoto e grande saraivada" (Apc 11,19). O terremoto do versículo 19 pode ser continuação do terremoto do versículo 13. Supõe-se que a arca da aliança, construída durante a travessia do deserto por ordem de Deus (cf Ex 25,10-22), tenha sido queimada, pelos caldeus, junto com o templo construído por Salomão. Antes de ser destruída, Jerusalém resistiu a um cerco que durou aproximadamente dois anos ( 589-587 a.C.). Durante o cerco de Jerusalém, os sacerdotes podem muito bem ter enterrado a arca no chão do Santo dos Santos, que não era aberto ao público. Em cima do templo de Salomão foi construído o templo de Zorobabel. Construído entre 537 e 515 a.C., o templo de Zorobabel foi demolido em 19 a.C. quando se iniciou a construção do templo de Herodes, no qual Jesus pregou. As fundações do templo não foram mexidas. A arca da aliança pode muito bem estar enterrada no mesmo lugar desde o cerco de Jerusalém (589-587 a.C.). No ano 70 da nossa era o templo construído por Herodes foi queimado pelos romanos. Jesus tinha profetizado que do templo não ficaria pedra sobre pedra (cf Mt 24,2). Juliano, o apóstata, querendo desmentir Jesus, tentou reconstruir o templo de Jerusalém, no mesmo local em 362. Segundo o historiador pagão Amiano Marcelino (Histórias 23,1), surgiram do solo globos misteriosos em chamas e um terremoto que acabaram por destruir tudo. Atualmente, no local, há uma mesquita. O terremoto, citado no Apc 11, pode destruir a mesquita, abrir o solo e mostrar a arca. Neste caso a arca da aliança deverá ser arrebatada para ser vista em todo o planeta. Não há dúvida que esta hipótese é um tanto fantasiosa. Mas, como estamos no campo das probabilidades, não devemos desprezar nenhuma pista. g) Ao falar dos fenômenos que destruirão o mundo, o Apocalipse não cita o aparecimento de um sinal imediatamente antes da vinda de Jesus, mas diz "O céu dobrou-se como uma folha que se enrola (Apc 6,14). Na época, pensava-se que a abóbada celeste fosse constituída de uma lâmina sólida. Supunha-se também que a morada de Deus fosse acima dessa lâmina sólida azul. Sendo esta lâmina enrolada como um pergaminho, os habitantes da terra puderam ver o trono de Deus e o cordeiro. "O céu dobrou-se como uma folha que se enrola,e todos os montes e ilhas foram removidos. Os reis da terra, os magnatas, os capitães, os ricos, os potentados e todos, escravos e livres, esconderam-se nas espeluncas e entre os rochedos dos montes, e dizem aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que está sentado no trono e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande dia da ira deles e quem poderá subsistir"(Apc 6, 14-17). O sinal pode ser a visão de Deus e do Cordeiro juntos, no céu, imediatamente antes do retorno de Jesus à terra. O próprio Jesus confirma isto perante o sumo-sacerdote, durante o julgamento: "Antes vos digo, que doravante vereis o Filho do Homem sentado à direita da Onipotência e vir sobre as nuvens do céu"(Mt 26, 64b). Nesta frase Jesus fala claramente que Ele será visto em duas situações distintas: a) Junto de Deus ( sentado à direita da Onipotência). b) Pairando no céu ( vir sobre as nuvens do céu). h) Pode, obviamente, ser um sinal diferente dos sinais acima supostos.Porém, deverá sempre ser um sinal compreensível para todos, como a fumaça é sinal de fogo.
ANGÚSTIA DAS NAÇÕES / PAVOR DOS HOMENS - "Haverá portentos no sol, na lua e nas estrelas e, na terra, angústia entre os povos, apavorados com o bramido do mar e das vagas, desfalecendo os homens de pavor e com o pressentimento dos males iminentes para a terra, pois as potências celestes serão abaladas" (Lc 21,25-26). "Os reis da terra, os magnatas, os capitães, os ricos, os potentados e todos, escravos e livres, esconderam-se nas espeluncas e entre os rochedos dos montes. E dizem aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que está sentado sobre o trono e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande dia da ira deles e quem poderá subsistir"(Apc 6,15-17). Somente Lucas e Apocalipse fazem referência às reações humanas perante os sinais que precedem a segunda vinda de Jesus. Lucas fala em angústia por causa do que já aconteceu: terremoto, escurecimento do sol e da lua e queda das estrelas. O pavor é causado por aquilo que ainda vai acontecer: "males iminentes".Com a expressão "males iminentes", Lucas deve entender a justiça que será feita com a vinda de Jesus, apesar de relacionar o abalo das potências celestes após falar em males iminentes. O Apocalipse fala a mesma coisa descrevendo as reações dos reis, dos magnatas, dos capitães... os quais se escondem nas cavernas e grutas.Estes sobreviventes estão angustiados por causa do que aconteceu: tudo foi destruído e eles precisam procurar grutas e cavernas para se refugiar, porque mesmo as fortalezas em que costumavam esconder-se foram destruídas. Ao mesmo tempo estão apavorados por causa daquilo que virá: a ira do Cordeiro.A reação dos sobreviventes descrita por Lucas e o Apocalipse nos permite tirar duas conclusões: a) A catástrofe será tão violenta que destruirá toda a obra humana, pois até os reis irão procurar refúgio nas grutas e cavernas. b) Apesar da violência dos fenômenos, haverá sobreviventes.
OS POVOS BATERÃO NO PEITO - Mateus diz que, ao ver o sinal do Filho do Homem, todos os povos baterão no peito (Mt 24,30). O Apocalipse fala que os povos da terra baterão no peito ao ver Jesus vir sobre as nuvens (Apc 1,7).Estes dois textos não são contraditórios. Se os povos baterem no peito ao verem o sinal do Filho do Homem, é evidente que continuarão a bater no peito ao verem Jesus vir sobre as nuvens. Se quem mora no último andar de um prédio, ao ver fumaça, começar a correr, é lógico que continuará tentando fugir ao ver o fogo.A questão é se a reação é de arrependimento, ou de fuga e desespero. Se se tratar de arrependimento, este ainda poderá justificar perante Deus? Será que as pessoas que passaram a vida indiferentes ou afastadas de Deus, batendo no peito ao verem o sinal ou o próprio Filho do Homem poderão ainda salvar-se? Lucas diz: "Ora, quando tais coisas começarem a acontecer, olhai para o alto e erguei vossas frontes, porque está próxima a vossa libertação"( Lc 21,28). Para os eleitos (convertidos) será a libertação, mas para os outros, haverá ainda tempo para conversão? Será que todos os indivíduos de cada um dos povos, baterão no peito? Ou somente parte das pessoas pertencentes a cada um dos povos baterá no peito? Após o aparecimento de Jesus sobre as nuvens,serão enviados anjos para reunir os eleitos. Se os anjos não reunirão a todos, mas somente os eleitos, é porque nem todos se salvarão. Segundo o Apocalipse (cf Apc 6,15-17), a reação dos sobreviventes, ou pelo menos de parte deles, não foi de arrependimento, mas de desespero e fuga, procurando grutas e cavernas entre os escombros para se esconder da face Daquele que estava sentado no trono e da ira do Cordeiro. Se estas pessoas estivessem arrependidas, em vez de fugir, se teriam ajoelhado e pedido perdão Àquele que estava sentado no trono e ao Cordeiro.
APARECIMENTO DO FILHO DO HOMEM - "Dito isto, elevou-se para o alto à vista deles e uma nuvem subtraiu-o a seus olhos. E, como estivessem com o olhar fito no céu enquanto ele subia, eis que se lhes apresentaram dois homens vestidos de branco, que disseram: Homens galileus, por que estais a olhar para o céu? Esse Jesus, que do meio de vós foi elevado para o céu, assim há de vir da mesma maneira que o vistes ir para o céu"( At 1,9-11).Na última aparição aos discípulos, após a ressurreição, Jesus elevou-se e desapareceu atravessando uma nuvem. A volta de Jesus será igual com o movimento em sentido inverso. Na volta, Jesus descerá atravessando uma nuvem. Na ida para o céu, Jesus foi visto somente por um pequeno grupo de discípulos; no retorno à terra, será visto por todos, mesmo por aqueles que não seguem a sua doutrina. Jesus voltará com glória e poder sobre todos, fiéis e infiéis (Mt 24, 30): os seus seguidores fiéis levantarão a cabeça (Lc 21,28); os seguidores infiéis e os não seguidores baterão no peito (Apc 1,7 ), porque experimentarão a ira do Cordeiro ( Apc 6,17). A aparição de Jesus será instantânea em todo o planeta - semelhante a um relâmpago. 'Vede eu vo-lo predisse! Portanto, se vos disserem: Ei-lo está no deserto, não vades lá; ei-lo está em casa, não acrediteis. Porque, assim como o relâmpago sai do Oriente e brilha até o Ocidente, assim será também a vinda do Filho do Homem"(Mt 24,25-27). Ninguém, seja ele fiel ou infiel, precisará preocupar-se em reconhecer Jesus. Ele se manifestará de tal maneira que todos, fiéis e infiéis, o reconhecerão. Quem o vir não precisará anunciá-lo a ninguém. Portanto, se surgir alguém anunciando que o Messias já está na terra, é falso tanto o messias em questão como quem o anuncia. (Mt 24,23-24).
ENVIO DOS ANJOS TOCANDO TROMBETA - A função dos anjos tocando as trombetas é reunir os eleitos de todos os tempos. O grupo dos eleitos será constituído pelos justos que já passaram pela morte física, que então ressurgirão, e pelos justos que estiverem ainda fisicamente vivos. Ao toque da trombeta, primeiro ressurgirão os justos que já passaram pela morte física. "Quando for dado o sinal, à voz do arcanjo ao som da trombeta de Deus, o mesmo Senhor descerá do céu e os que morreram em Cristo ressurgirão primeiro; depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados, juntamente com eles, nas nuvens, para o ar, ao encontro do Senhor; e assim estaremos sempre com o Senhor ( 1 Tes 4,16-17). Os justos que estiverem fisicamente vivos serão arrebatados junto com os ressuscitados, portanto, mesmo os que ainda não tiverem passado pela morte física, terão o corpo transformado. Esta transformação não implica na morte física, isto é, na perda momentânea da vida física ( cf 1Cor 15,51-54). Os condenados que já tiverem morrido não ressuscitarão neste momento e não farão parte do grupo dos eleitos. Os condenados ressuscitarão somente após a destruição total do planeta pelo fogo que acontecerá logo após o arrebatamento.
Os eleitos terão duas ressurreições:
a) PRIMEIRA RESSURREIÇÃO - a recuperação da vida eterna .
b) SEGUNDA RESSURREIÇÃO - recuperação da vida física .
Primeira Ressurreição - Apc 20, 4-6 .A primeira ressurreição é a recuperação da vida eterna pela Eucaristia ( cf Jo 6,53-54). Aquele que, ao morrer fisicamente,estiver de posse da vida eterna, mesmo sem o corpo, reina com Cristo, no céu, até o fim do mundo. A primeira ressurreição ( recuperação da vida eterna pela Eucaristia ) acontece na terra.Os que morreram em Cristo ressurgirão primeiro diz S Paulo (cf 1 Tes 4,16). Para compreendermos, voltemos à criação do homem no capítulo 2 do Gênesis. "Então o Senhor Deus formou o homem com o pó da terra e lhe insuflou nas narinas um hálito de vida, e com isto o homem tornou-se uma alma vivente"(Gn2,7). O homem, ao sair das mãos de Deus possuía os seguintes elementos: - corpo físico - vida física - alma imortal - vida eterna .É imortal aquilo que tem começo, mas não tem fim. É eterno aquilo não tem nem começo e nem fim. Somente Deus é eterno. Em Deus tudo é eterno, também o sopro. Ao soprar no homem, Deus colocou nele um elemento incriado, eterno. O homem tinha, portanto, duas vidas: a vida física e a vida eterna. Conseqüentemente o homem podia morrer duas vezes. "E deu ao homem este preceito: Podes comer de todas as outras árvores do jardim, mas da árvore da ciência do bem e do mal não comerás, porque no dia em que dela comeres, morrerás ao certo"(Gn 2,16-17). Deus não diz qual vida Adão perderia se comesse do fruto proibido. Mas Adão comeu o fruto proibido, continuou fisicamente vivo, e, no entanto, morreu. Com o pecado Adão conservou a vida física, mas perdeu a vida eterna. Esta é, portanto, a primeira morte. A primeira ressurreição deve consistir na recuperação da VIDA ETERNA. Todo aquele que recebe dignamente a Eucaristia, enquanto não cometer um pecado grave, possui a vida eterna e está fazendo parte da primeira ressurreição. Se a morte física o surpreender enquanto estiver de posse da vida eterna, reinará com Cristo durante mil anos. Quando a Bíblia fala em mil anos, não se refere à duração de dez séculos, mas a um período longo e indeterminado. Quando João fala em mil anos no capítulo vinte do Apocalipse, ele se refere ao espaço de tempo que transcorre entre a primeira e a segunda vinda de Jesus.
A PRIMEIRA RESSURREIÇÃO é a recuperação da vida eterna através da Eucaristia, durante esta vida. S Paulo diz aos Colossenses: "Uma vez, pois, que ressuscitastes com Cristo, procurai as coisas lá de cima, onde Cristo está assentado à direita de Deus"(Cl 3,1). Se os colossenses, estando ainda fisicamente vivos, já tinham ressuscitado é porque há uma ressurreição que nada tem a ver com a vida física. Aquele que recuperar a vida eterna e morrer fisicamente, estando de posse da vida eterna, tem seu nome escrito no LIVRO DA VIDA. "Vi os mortos, grandes e pequenos, de pé diante do trono. Abriram-se livros. Abriu-se também o LIVRO DA VIDA; os mortos foram julgados segundo o que estava escrito nos livros, segundo suas ações" (Apc 20.12). Quem participou da primeira ressurreição, recuperando a vida eterna, está salvo. Mesmo assim será julgado conforme as suas ações. Isto quer dizer que, no céu, haverá diferença de uma pessoa para a outra determinada pelas ações de cada um.Foi aberto o LIVRO DA VIDA e foram abertos livros, os das ações de cada um.
SEGUNDA RESSURREIÇÃO - 1 Tes 4,16 "Porque o próprio Senhor, ao sinal dado, à voz do arcanjo, ao clangor da trombeta divina, descerá do céu; então ressuscitarão primeiro os mortos em Cristo" ( 1 Tes 4,16 ). No momento em que cometeram o pecado, Adão e Eva perderam somente a vida eterna, mas, posteriormente, perderam também a vida física, isto é morreram, tendo seus corpos decompostos. A segunda ressurreição é a ressurreição da carne. Quando o homem saiu das mãos de Deus tinha dois tipos de vida: a vida física,que é um elemento criado; e a vida eterna, que um elemento incriado saído do próprio Deus. Como o homem passou por duas mortes, para ser exatamente igual ao homem planejado por Deus, deve também passar por duas ressurreições. S Paulo diz que os mortos em Cristo ressuscitarão no momento da segunda vinda de Jesus ( 1 Tes 4,16).Jesus diz que Ele ressuscitará no último dia quem comer a carne e beber o sangue dele: "Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e EU O RESSUSCITAREI NO ÚLTIMO DIA ( Jo 6,53-54). Conferir também Jo 6, 39.40.44 e Jo 11,24. Se a ressurreição da carne se dará no ÚLTIMO DIA não poderá haver mil anos após a ressurreição.Por isto, quando o evangelista João fala em mil anos ( Apc 20 ), ele se refere ao período que transcorre entre a primeira e a segunda vinda de Jesus - um período longo e indeterminado. Quem reina com Cristo durante mil anos não são pessoas constituídas de corpo e alma, mas ALMAS. Vejamos o que diz o texto: "Vi também tronos nos quais se sentavam pessoas, às quais foi dada razão e se fez justiça, seja às ALMAS daqueles que foram decapitados por causa do testemunho que deram a Jesus e por causa da palavra de Deus, seja aqueles que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam a marca na fronte nem na mão. Viveram e reinaram com Cristo durante mil anos ( Apc 20,4 ). Cada pessoa que morre de posse da vida eterna, reina com Cristo até à segunda vinda Dele, apesar de estar ainda sem corpo.
REUNIÃO DOS ELEITOS -Todos os eleitos, isto é as pessoas que se tiverem salvo, serão reunidos aqui na terra, tanto as pessoas que já passaram pela morte física como as que ainda estiverem de posse da vida física. As pessoas que já estiverem no céu sem corpo, ao toque da trombeta virão para a terra, recuperarão o corpo físico (ressurreição da carne) e se juntarão aos eleitos que ainda não tiverem passado pela morte física. "Dizemos, portanto, segundo a palavra do Senhor: nós, os vivos, os que ficarmos para a vinda do Senhor, não precederemos os que morreram, porque o próprio Senhor, ao sinal dado, à voz do arcanjo, ao clangor da trombeta divina, descerá do céu; então ressuscitarão primeiro os mortos em Cristo; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados, juntamente com eles, nas nuvens, para o ar, ao encontro do Senhor; e assim estaremos sempre com o Senhor" ( 1 Tes 4,15-16 ). S Paulo diz que nós seremos arrebatados JUNTAMENTE COM ELES. Se seremos elevados no ar com eles, a reunião é feita aqui. Entre as pessoas fisicamente vivas haverá condenados (não eleitos). Estes não serão tomados."Então de dois que estiverem no campo, um será tomado e outro deixado; de duas mulheres que estiverem a moer com a mó, uma será tomada e a outra deixada" (Mt 24,40-41). Conferir também Lc 17,34-35. As pessoas que serão deixadas morrerão, pelo fogo, na catástrofe final que acontecerá após o arrebatamento, quando a terra será derretida. "Mas o céu e a terra de agora, por esta mesma palavra, são reservados e guardados para o fogo no dia do juízo e da perdição dos ímpios ( 2 Pr 3,7 ). Conferir também 2 Pr 3,10.
ARREBATAMENTO - "Eis um mistério que vou revelar-vos: nem todos nós morreremos, mas todos seremos transformados, num átimo, num abrir e fechar de olhos, ao clangor da última trombeta; pois soará a trombeta e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. É, de fato, necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade e este corpo mortal se revista da imortalidade, então realizar-se-á a palavra que está escrita: A morte foi absorvida pela vitória" (1Cor 15,51-54). Este texto nos revela duas verdades: a) Os mortos ressuscitarão, passando da corruptibilidade para a incorruptibilidade. Todos aqueles que passaram pela morte física, tiveram seu corpo entregue à decomposição (corrupção). Ao ressuscitar, o corpo será recomposto, reconstituído e revestido de incorruptibilidade. O corpo estará sujeito a leis, por nós, no momento, desconhecidas. O corpo ressuscitado será igual ao corpo de Cristo após a ressurreição, sujeito às mesmas leis físicas às quais estava sujeito o corpo de Jesus ressuscitado. b) Os que estiverem ainda vivos serão transformados sem passar pela morte física. As pessoas, que estiverem ainda vivas por ocasião da segunda vinda de Jesus, passarão repentinamente por uma transformação, tornando imortal o corpo que era mortal. A transformação pela qual passará o corpo daqueles que estiverem fisicamente vivos, quando Jesus voltar, tornará o corpo imortal e incorruptível. Também estes terão um corpo igual ao de Jesus ressuscitado, livre das leis físicas que regem os corpos hoje, e sujeitos às mesmas leis físicas que regiam o corpo de Jesus após a ressurreição. A reunião destes dois grupos de eleitos (os que tinham passado pela morte física e os que estavam ainda fisicamente vivos) com, seus corpos transformados, se dará aqui na terra. Daqui partirão todos juntos ao encontro de Jesus no ar."....Então ressuscitarão primeiro os mortos em Cristo; depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados, juntamente com eles, nas nuvens, para o ar, ao encontro do Senhor; e assim estaremos sempre com o Senhor" ( 1 Tes 4,16-17).
DESTRUIÇÃO DO MUNDO PELO FOGO - "Virá, porém, o dia do Senhor como um ladrão; e então o céu desaparecerá fragorosamente, os elementos dissolver-se-ão nas chamas, e a terra e as obras que nela existirem serão consumidas. Devendo, assim, dissolver-se todas essas coisas, convém que tenhais um porte santo e piedoso, enquanto esperais e apressais a vinda do dia do Senhor, pela qual o céu dissolver-se-á no fogo e os elementos se consumirão entre as chamas! Nós esperamos, porém, segundo a sua promessa, céu novo e terra nova, onde habitará a justiça" (2Pr 3,10-13). Todo o planeta será derretido pelo fogo. Se tiver havido pessoas, não fiéis a Cristo, sobreviventes das catástrofes anteriores, morrerão no momento em que o planeta for derretido pelo fogo para formar CÉU NOVO E TERRA NOVA.
RESSURREIÇÃO DOS CONDENADOS - Os eleitos, ou seja,aqueles que passaram pela primeira ressurreição, recuperando a vida eterna através da Eucaristia, estão todos junto a Jesus Cristo com corpo ressuscitado. Para os mortos em Cristo, a ressurreição da carne se deu antes do arrebatamento. Os eleitos que estiverem vivos no momento da segunda vinda de Jesus, também serão transformados antes do arrebatamento. (cf 1Tes 4,15-17).Após a destruição do planeta pelo fogo vindo do céu, para formar céu novo e terra nova, ressuscitarão também os condenados para apresentar-se para o julgamento final com corpo e alma. Os condenados não passaram pela primeira ressurreição, isto é, recusaram-se a recuperar a vida eterna, durante da vida física, através de uma recepção digna da Eucaristia. Por isto, os nomes deles não estarão inscritos no livro da vida (cf Apc 20,15).
JULGAMENTO FINAL - Segundo Mateus, para o Julgamento final, a humanidade será dividida em três grupos: 1 - Os irmãos pequeninos ( aqueles de dedicaram a vida à pregação do Evangelho) que estarão em volta de Jesus ( Mt 19,27-28). 2 - As ovelhas que estarão à direita de Jesus (Mt 25,33a). 3 - Os cabritos que estarão à esquerda de Jesus (Mt 25,33b). Após o julgamento subsistirão dois grupos somente:
1 - O grupo dos eleitos, constituído pela soma dos irmãos pequeninos com as ovelhas.
Estes irão para o céu (Mt 25,34 e 46b).
2 - O grupo dos condenados, constituído pelos cabritos.
Estes irão para o inferno (Mt 25,41 e 46a).
O Apocalipse não situa o posicionamento dos diferentes grupos, mas também fala em dois grupos (cf Apc 20,15): 1 - O grupo dos inscritos no livro da vida, ou seja os que passaram pela primeira ressurreição, que estão salvos. Este grupo corresponde em Mateus à soma dos irmãos pequeninos com as ovelhas. O Apocalipse faz uma alusão à subdivisão dos eleitos em dois grupos na resposta às almas que estavam debaixo do altar: "E a cada um deles foi dada uma veste branca e foi-lhes dito que ficassem quietos mais um pouco de tempo, até se completar o número dos seus COMPANHEIROS e dos seus IRMÃOS, que como eles também iriam ser mortos"Apc 6,11). Vide páginas 7 e 8.2 - O grupo dos que não estarão inscritos no livro da vida, isto é, o grupo dos que não passaram pela primeira ressurreição. Este grupo corresponde em Mateus ao grupo dos cabritos que irão para o inferno.
(Autor desconhecido)
Paz e Bem!
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