Livro Perfume de Cristo de Maria Cunha - Ligue tel 0 21 2525 3936 e adquira seu exemplar!!!

Livro Perfume de Cristo de Maria Cunha - Ligue tel 0 21 2525 3936 e adquira seu exemplar!!!
...Quer desistir de ser impaciente, duro e ansioso? Quer se tornar manso, humilde, suave e doce de coração?O doce perfume de Cristo irá aos poucos dissolvendo a dureza na sua alma, para que as doces fragrâncias exalem de você...clique na imagem para ouvir Pie Jesu!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Feliz Natal com Jesus!!!


É Natal. Só é Natal porque há 2009 anos Jesus nasce no coração daqueles que o recebe! Este ato é lembrado em todo o mundo e representa um marco histórico – A.C e D.C. Ele é o centro desta festa. Nao é possivel ter um Feliz Natal, se não for com Jesus. A festa é dele! É com Jesus que você pode se unir ao coro dos Anjos e cantar: "Gloria a Deus nas Alturas e paz na terra aos homens de boa vontade."Receba Jesus no seu coração,ornamente a sua vida com Ele. Caminhe com o Senhor, na certeza de que Ele está caminhando convosco. É preciso proclamar: que o Natal é de Jesus. E, esta verdade não pode ser sufocada pelas compras, pelo indiferentismo ou por qualquer outra coisa que tente esconder Deus dos nossos olhos e do nosso coração. Vamos nos unir por meio da fé e da criatividade, semeando esta boa idéia e divulgando esta Boa Nova "Jesus" que veio para ficar no meio de nós. Faça uso de todos os meios de comunicação que você tiver acesso, para fazer ecoar esta mensagem de Natal com Jesus! E assim, você sua familia, seus vizinhos, e o mundo será mais feliz e cada um que testemunhar esta verdade, se sentirá mais realizado, e forte para um Ano Novo que se aproxima…

Paz e bem!!!
Maria Cunha.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Quem são os profetas dos nossos dias?



Quem são os profetas dos nossos dias?

Segundo as Escrituras Hebraicas os profetas são pessoas como nós porém…

· Que tem vistas largas
· Que tem um relacionamento forte com Deus
· Que identificou claramente a sua Vocação e a sua Missão
· Que experiencia uma conversão
· Que age com coragem por se sentir "seduzido" por Deus.

A seguir alguns profetas do contexto histórico actual que passaram por experiências semelhantes.

O Martírio Social dos Nossos Dias

O martírio voltou a fazer parte da vida da Igreja de hoje com repetições impressionantes. Se o Evangelho for vivido a sério, ele trará consigo a opressão. São Paulo avisa-nos sobre poderes e principados em actuação neste mundo e na sua história. Quem trabalha para o Reino de Deus encontrará oposição e até a morte. A nossa história recente registou exemplos de vidas que foram entregues para bem dos pobres e dos rejeitados, vidas de profetas e mártires do Reino de Deus.

As estatísticas que são publicadas todos os anos pela Santa Sé indicam o número daqueles que de facto deram a vida a serviço da missão da Igreja. Muitos outros há que sofreram dificuldades extremas por amor das suas crenças. O martírio dá-nos uma indicação do grau de oposição que existe no mundo à mensagem cristã. Na verdade, ele representa o cumprimento da promessa feita por Cristo aos seus discípulos, e o cumprimento das bem-aventuranças. É claro que a natureza do martírio mudou. Já se não pode dizer que os cristãos de hoje são mortos por acreditarem nesta ou naquela verdade da fé católica. Há um maior número de mártires hoje por causa da sua fidelidade à missão de amor que lhes foi confiada. Neste sentido, eles são "mártires sociais", mártires que morrem por causa da sua postura a favor da justiça e do amor (28).

O Bispo Dien (do Vietname) é citado muitas vezes por causa da declaração profética que fez no Concílio Vaticano II, ao dizer "Nós temos muitos mártires, sim; mas teremos mártires da Justiça?"

Segue-se uma breve reportagem de alguns profetas contemporâneos (profetas de justiça social e de eco-justiça):

· Que mensagem te trazem?

· De que maneira te motivam a aprofundar o teu compromisso profético com a JPIC no contexto específico em que vives?


PROFETAS CONTEMPORÂNEOS

O Arcebispo Óscar Romero (29)

Óscar Romero nasceu em El Salvador em 1917 e foi ordenado sacerdote em 1942. Foi consagrado bispo em 1970 e tornou-se Arcebispo de San Salvador em 1977. Num primeiro tempo, Dom Óscar Romero foi fortemente conservador, uma pessoa introvertida e pouco aberta às aspirações do seu povo. Mas esta situação viria a alterar-se radicalmente com o suceder-se de vários acontecimentos. A sua vida ficou virada ao contrário quando o seu amigo, o Padre Rutilio Grande foi assassinado, um de entre vários sacerdotes trucidados. Este acontecimento veio acordá-lo para a gravidade da situação de injustiça e violência que se vivia e foi o estopim que veio revolucionar a sua vida.

A partir daquele momento, Dom Romero organizou a vida da sua diocese à volta da doutrina de João Paulo II, que ia falando da opção preferencial pelos pobres, que foi uma das prioridades da evangelização avançadas durante várias Conferências como Puebla e Medellín. Começou a prestar atenção ao tipo de experiência de fé que os pobres e os mais pequenos da sua diocese desejavam. Também se tornou um firme defensor das comunidades eclesiais de base - o único bispo daquele país a acreditar nelas.

O seu apurado senso de evangelização levou-o a encontrar maneiras de inculturar o cristianismo na realidade social do seu país, um país subjugado pela pobreza, pela ditadura e pela violência dos ricos. Os seus sermões eram transmitidos por todo o país via rádio. Também tinha outro programa em que dava conta da situação à medida que ia sendo sentida pelo povo e pela Igreja local. Sempre que pregava, usava palavras duras contra a violência e as injustiças de que o seu povo era vítima. A sua postura radical estava firmemente enraizada no Evangelho e na dignidade da pessoa.

"A Igreja afirma e defende a verdade eterna revelada por Deus, segundo a qual o homem e a mulher são imagens de Deus e que, por causa da obra redentora de Jesus Cristo, foram libertados da escravatura do pecado e receberam a dignidade de Filhos de Deus, ficando livres para escolher o seu destino e participar, para sempre, na glória de Deus. Esta é a verdade daqueles que defendem a Igreja, independentemente dos sistemas ou das realidades políticas" (1.1.1980).

Dom Óscar Romero sempre procurou contextuar o cristianismo na realidade política por forma a poder falar contra a corrupção, a falta de democracia, as violações dos direitos humanos e para admoestar os cristãos contra o perigo de misturar Evangelho e política com demasiada facilidade, especialmente no caso de grupos que se serviam da violência. O Evangelho tem certamente uma dimensão política, mas também ordena alguns comportamentos específicos.

"…É por isso que nós devemos assegurar o processo de libertação do nosso país. A Igreja não nos abandonará; ela continuará a viajar connosco mas com a voz do Evangelho, que é a da transcendência de Cristo. Ela continuará a exigir que cada uma das pessoas envolvidas na luta pela libertação ponha a sua confiança em Jesus Cristo, o maior libertador de todos e nunca O perca de vista, se houverem de ser fortes e eficazes" (1980).

O Bispo foi inabalável na sua oposição à violência imposta pelos donos do poder (os políticos, os fazendeiros ricos, os militares, a polícia nacional), tal como à violência dos revolucionários militantes que diziam estar a agir em nome da justiça. Dom Óscar Romero bem sabia que estava a caminhar à beira do precipício, mas decidiu continuar, convencido como estava de que o Evangelho não era apenas a fonte da justiça social, mas também a fonte da paz.


"O não à violência foi o seu único grito (e também da Igreja) sempre que alguém levantava a mão contra outro ser humano, fosse quem fosse. A violência é um pecado que conspurca o mundo. Este grito de denúncia e de resistência nunca incendiou os ânimos na violência e no ódio dentro a Igreja…Pelo contrário, a voz da Igreja sempre promoveu a fraternidade fundada na fé e na verdade revelada por Deus, como fonte de inspiração da doutrina social" (1978).

Acabou por receber inúmeras ameaças de morte, tendo sido assassinado a 24 de Maio de 1980, enquanto presidia à celebração da Eucaristia.


Dorothy Day (30)

Dorothy Day nasceu em 1897, numa família de jornalistas. Assim, juntou-se a seu pai e aos seus irmãos na mesma profissão. Antes de se converter à fé católica, já escrevera artigos de justiça social para vários periódicos seculares. Também participou no movimento anti-guerra (Primeira Grande Guerra Mundial); defendeu os direitos eleitorais das mulheres, e escreveu sobre pessoas que sofriam a pobreza.

Durante os anos 30, o jornal Catholic Worker (O Operário Católico - que foi fundado por ela e por Peter Maurin) deu a muitos jovens católicos, então oprimidos pela Depressão, a oportunidade de servirem os outros. Viviam em pobreza voluntária e promoviam a justiça racial e social. Logo após o bombardeamento atómico do Japão, Dorothy condenou essa acção num artigo veemente. Durante os anos 50, o Catholic Worker continuou a avisar a humanidade do perigo nuclear que o mundo enfrentava, convidando ao jejum e ao protesto.

No decurso do Concílio Vaticano II, Dorothy Day participou num jejum de dez dias dum grupo internacional de mulheres. O seu objectivo era pedir aos bispos de todo o mundo que condenassem as guerras de destruição maciça. Nos últimos anos de vida, ainda marchou com Cesar Chavez e com os United Farm Workers (Associação dos Trabalhadores Rurais). O Catholic Worker continuou a escrever sobre o sofrimento dos povos da América Central. Foi condecorada com a Laetre Medal pela Universidade de Notre Dame em 1975.

A Dorothy viria a falecer em 1975; desde então, o Catholic Worker Mvement (Movimento dos Operários Católicos) tem continuado a crescer. O seu espírito e o seu zelo pela justiça social continuam presentes no meio dos Operários Católicos. Neste ano de 1997, foram programados encontros de nível nacional para comemorar o seu centésimo aniversário natalício.

Mahatma Gandhi (31)

Mohandas Karamchand Gandhi nasceu a 2 de Outubro de 1869, na costa ocidental da Índia.


Pertencia a uma casta de comerciantes, embora alguns membros da sua família estivessem na política. Foi educado na tradição hindú. Casou-se aos doze anos e, passados cinco anos, foi estudar direito na Inglaterra. Em 1891, estabeleceu gabinete jurídico em Bombaim e, em 1893 emigrou para a África do Sul, onde viveu até 1914. Em 1894, fundou o Indian Congress of Natal (Associação Índia do Natal) no intuito de defender as pessoas Índias humilhadas e marginalizadas que viviam na África do Sul.

Foi durante este período que Mohandas se dedicou ao estudo do Bhagavad Ghita e do Evangelho (especialmente o Sermão da Montanha) e se tornou um perito no princípio da não violência enquanto processo religioso e político. Serviu-se de estratégias não violentas para defender os seus direitos já em 1906.

O discernimento espiritual de Gandhi levou-o a uma vida de não violência e de serviço dos membros humildes da sociedade. Não fazia distinção entre as dimensões espiritual e social da vida; e ao actuar assim, fez um compromisso firme com o avanço da Justiça e da Paz.

A não violência que ele praticou, conhecida pelo nome de "técnica do satyagraha", não
consiste no pacifismo ou num estado de resignação passiva face ao inimigo. Aquela técnica consiste em adoptar uma atitude activa de amor, de resistência às situações de injustiça, de oposição ao mal, de desobediência a leis injustas mas de modo não violento. O "satyagraha" requer grande coragem interior, porque a pessoa deve ter todo o cuidado em não cair na ratoeira da vingança e do ciclo da violência.

Em 1914, ele voltou à Índia depois de ter lutado pelos seus princípios na África do Sul.

Gandhi estava convencido de que tinha uma missão a cumprir: espalhar a verdade e a não violência pelo mundo todo como método do contra-ataque à violência e à mentira.

Ao voltar, comprometeu-se a lutar contra o imperialismo britânico, por forma a alcançar a independência política e espiritual do seu país. Em 1915, fundou o seu primeiro "ashram" e começou a viajar pelo país para sensibilizar o povo, especialmente os pobres, sabendo que fonte de coragem eles eram para a Índia. Gandhi começou por organizar campanhas de desobediência civil a leis injustas que tinham sido promulgadas pelos ingleses, seguidas de campanhas de cooperação. Todas estas acções não violentas tiveram o mérito de desestabilizar a economia e a administração colonial. As suas campanhas mais famosas foram: a "campanha do sal" contra o monopólio inglês, e a "campanha dos têxteis" contra a importação de têxteis do estrangeiro. Nesta última, Gandhi tornou-se o apóstolo dos "khadi", as fábricas de fiação do algodão que era produzido na Índia.

Gandhi participou activamente nas negociações que haveriam de dar à Índia uma constituição mais favorável que, mais tarde, levaria à independência daquele país em 1946. Ele nunca hesitou em arriscar a vida, jejuando quase até à beira da morte. Na sua luta pela independência, ele sofreu inúmeras incompreensões por obra dos líderes políticos que não tinham a coragem de o ignorar; precisavam dele por causa da sua enorme popularidade junto dos pobres, embora tivessem recorrido à violência.

Tenha sempre bons pensamentos, porque os seus pensamentos se transformam em suas palavras!
Tenha boas palavras, porque as suas palavras se transformam em suas ações!
Tenha boas ações, porque as suas ações se transformam em seus hábitos!
Tenha bons hábitos, porque os seus hábitos se transformam em seus valores!
Tenha bons valores, porque os seu valores se transformam no seu próprio destino!

(Mahatma Ghandi)


A Irmã Rani Maria (32)

A Irmã Rani Maria nasceu a 29 de Janeiro de 1954 em Kerala, Índia. Recebeu uma educação cristã que se tornou a base da sua vida e do seu trabalho até à hora da morte. Logo desde tenra idade manifestou grande preocupação pelos pobres e pelos oprimidos. Em 1974, entrou na congregação das Franciscanas Clarissas.

Onde quer que fosse enviada, ela ajudava as pessoas a reflectirem sobre os seus problemas e a reagir de forma adequada. Este método levou as comunidades das aldeias a envolverem-se em actividades de desenvolvimento: organizar escolas informais, construir casas de preço acessível, fornecer água potável, controlar os sistemas públicos de distribuição, introduzir indústrias de pequeno porte, dar aulas de alfabetização a jovens que tinham abandonado a escola, a mulheres e a pessoas idosas. Em tudo isto, a Irmã sempre fez questão que as iniciativas fossem movimentos populares de desenvolvimento, agindo sempre apenas como "humilde catalítico".

Por ter estudado sociologia, ela tinha uma noção profunda da situação social e do fundo cultural das pessoas. Desta forma, a sua dedicação, o seu zelo e o seu interesse iam de mãos dadas com uma abordagem sistemática do desenvolvimento humano. Costumava dar aulas de consciência social, e criou vários programas para levar o povo à conscientização e ao senso de pertença. A sua dedicação social foi muito para além do simples fornecimento de instalações ou de serviços de socorro. O seu objectivo era transformar as pessoas divididas e alquebradas em "imagens de Deus". O seu amor e a sua compaixão encontrou saídas inimagináveis, na acção social e em serviços à comunidade.

A Irmã Rani Maria foi depois enviada para Udainagar, diocese de Indore, em 1992. Eis alguns exemplos de como ali deu ao povo o senso de pertença:
· Criou "Seva Samities" em várias aldeias - um plano de poupança para garantir aos agricultores a compra de sementes e adubos a juros muito baixos. O resultado foi a sua libertação da dependência dos agiotas.
· Organizou grupos de mulheres, levando-as à consciência das suas capacidades, direitos e responsabilidades, mediante programas de educação de adultos. Hoje, estas mulheres estão envolvidas em várias actividades de desenvolvimento que compreendem pequenas indústrias de família, educação sanitária, etc.
· Fortaleceu as "Panchayats" ou comissões de aldeia, alertando-as para os seus direitos e responsabilidades e assistindo-as na planificação de programas de desenvolvimento sustentado.
· Criou Comissões de Protecção à Floresta, de que se serviu para conscientizar os habitantes das aldeias da importância da protecção à floresta. Tais Comissões tiveram o apoio do Departamento Florestal.

A conscientização do senso de pertença dos pobres despertou a oposição dos que tinham interesses adquiridos, tais como os agiotas, as pessoas envolvidas na destruição ilegal das florestas, e líderes que queriam servir-se das Panchayats para fins pessoais. Por várias vezes fizeram protestos contra as suas actividades, mas ela continuou imperturbável perante a sua oposição e ameaças, inspirada no trecho de São Lucas 4, 18: "O Espírito do Senhor está sobre mim porque me escolheu para levar boas notícias aos pobres…e a proclamar a libertação dos oprimidos…"

A 25 de Fevereiro de 1995, ela foi barbaramente assassinada em plena luz do dia, tendo sido arrancada do autocarro em que viajava.

No seu funeral, a liderança local prestou-lhe honras com as seguintes palavras: "A Irmã Rani Maria não está morta: ninguém pode matá-la. Ela será sempre uma inspiração para nós no futuro".

Joseph Au Gi-Fu

Joseph nasceu em Macau em 1941. Foi para Taiwan aos 19 anos e formou-se em Engenharia Química. Foi depois para a Suíça, onde passou 8 anos a estudar e a trabalhar, diplomando-se como Engenheiro Químico Nacional da Suíça. Por esta altura foi convidado a voltar a Taiwan para trabalhar como director do departamento de investigação numa das maiores indústrias de plástico do país. Teve grande êxito profissional; tornou-se um empresário abastado e era muito admirado pelos seus colegas. Mesmo assim, foi um católico profundamente envolvido. Depois de cerca de vinte anos de êxito na sua carreira, começou a questionar o sistema de valores deste estilo de vida. Tornou-se cada vez mais consciente das injustiças e da violência que se praticavam contra a humanidade e contra o ambiente em nome do progresso e do desenvolvimento. Em 1984, renunciou ao emprego. À procura dum significado mais profundo para a sua vida, foi estudar teologia e viajou por diversos países para falar com gente que tinha as mesmas incertezas e a mesma dedicação. Há nove anos, voltou a Taiwan e começou a viver um estilo de vida alternativo que descreve da seguinte maneira:

· Uma vida simples: num ambiente rural, deixando de lado o conforto e as conveniências da vida urbana, resistindo ao desejo da riqueza e da fama, vestindo roupas simples e utilizando muito poucos utensílios eléctricos modernos. Nada de objectos descartáveis ou embalagens desnecessárias. Também nada de confecções ou enlatados - com opção feita por uma dieta vegetariana. Uso muito cuidadoso da água. Os cozinhados fazem-se a lenha.

· Uma vida natural: viver em harmonia com a natureza e ser amigo de todas as criaturas de Deus. Amar a terra significa protegê-la da poluição e da destruição. Não há produção de lixo: todos os resíduos são classificados, reutilizados e reciclados. Não se usa nenhum detergente químico, nenhum pesticida, nem adubo. Evitam-se os produtos plásticos. A água vem duma nascente próxima (e não de torneiras), tudo como parte da opção feita por um estilo de vida alternativo.

· A vida espiritual: combinação de modos de oração e meditação - orientais e ocidentais. Leitura da Bíblia, yoga e contemplação, todos os dias.

Há partilha e faz-se oração de grupo com as visitas. É um estilo de vida que integra natureza e presença de Deus. Pratica-se o amor mútuo e a mútua assistência com todas as pessoas de boa vontade, sejam quais forem a religião, o género, a nacionalidade e a raça, com especial preferência pelos fracos e os incapacitados, por aqueles que sofrem espiritualmente e por aqueles que não têm quem os ajude.

Eis um trecho tirado dos seus escritos:

"Os que vêm a Yenliao (o nome da aldeia) ficam admirados por me verem aqui, a viver este tipo de vida simples. As muitas perguntas que me fazem obrigam-me a reflectir a fundo e funcionam como um verdadeiro teste à minha determinação. Eles procuram imaginar que é que me fez mudar tão radicalmente ao renunciar à vida urbana e à carreira de prestígio que eu tinha, e respectivos salários tão compensadores. Para admiração minha, são mesmo os meus amigos mais íntimos que manifestam dúvida sobre a minha forma simples de viver. Eles interrogam-me com curiosidade, tentando imaginar que é que me terá trazido a esta opção: terão sido frustrações, dificuldades, desilusões? Eles pensam que eu estou a desperdiçar os meus talentos num lugar tão abandonado. Acham que eu estou a "fugir" ao mundo, alguém que se recusa a dar o seu contributo à sociedade.

"Se eu tivesse continuado na minha ocupação anterior, que é que eu teria alcançado até aqui? Ao máximo, eu teria podido fazer alguma investigação para criar novos produtos ou, então, ter ajudado estudantes a adquirir conhecimentos. Produtos novos não podem mudar o coração duma pessoa, e nem sequer o pode o saber. Para mais, já há muitos peritos e cientistas no mundo que podem oferecer a sua perícia na área das suas especializações. Por outro lado, as pessoas que se querem dedicar a uma vida simples face a uma mudança de atitude são muito poucas…

"O crescimento económico tem sido muito desequilibrado: as pessoas que têm enriquecido não se têm tornado mais cultas nem têm adquirido valores espirituais. Para muitos, progresso significa crescimento económico, maiores lucros, novos produtos industriais…Viver uma vida simples é sinónimo de retrocesso, atraso. Mas que é realmente o progresso? O verdadeiro progresso não se pode medir apenas em termos económicos, tecnológicos, ou de novos produtos. É mais importante olhar para o crescimento da vida espiritual das pessoas. O progresso humano precisa de ser julgado em termos da qualidade da vida: se há ou não mais harmonia, mais interesse mútuo, mais amor entre as pessoas. É o amor que é o critério autêntico do progresso. O avanço tecnológico não pode ser o critério do progresso humano; pelo contrário, ele tornou-se o factor central da nossa autodestruição. Não estou a negar o contributo da ciência e da tecnologia que nos traz benefícios a todos. Por outro lado, é preciso perguntarmo-nos se o crescimento económico traz felicidade e bem estar a todos os povos: aos ricos e aos pobres, aos países desenvolvidos e aos subdesenvolvidos, às gerações presentes e às futuras…Importa levar em consideração não apenas os seres humanos, mas também o ambiente e a natureza, incluindo as plantas, os animais, o ar, os rios, os oceanos, as montanhas e o solo.

"Não é fácil libertar-se dos desejos vorazes e hedonísticos do coração humano para os substituir com o desapego e o autocontrole. Para fazer uma mudança deste tipo é precisa a ajuda da educação do coração e o cultivo dos valores religiosos. Aquilo que aprendemos da experiência da vida é que nos dá a verdadeira sabedoria…

"Pela minha parte, tenho andado a viver este estilo de vida há oito anos. Cada dia que passa, eu sinto-me mais livre, mais calmo e mais feliz neste estilo de vida simples. Eu não o vou avaliar pela sua eficácia. Embora ainda não tenha ouvido Deus a falar-me, eu tenho experiência da sua presença dentro de mim. A minha esperança é que as pessoas consigam mudar a sua vida, as suas atitudes, o seu sistema de valores e visão da vida - que resultem numa mudança de relacionamento entre os seres humanos, entre os seres humanos e a natureza, entre os seres humanos e Deus.

"Tudo isto deve derivar do AMOR, do amor a si mesmo, do amor ao próximo, do amor ao mundo todo. Só o AMOR pode levar as pessoas a viverem um estilo de vida simples de boamente. Quando todos viverem desta maneira, haverá PAZ no mundo. A caminhada é longa. Talvez nós não cheguemos a ver esse dia chegar; no entanto, é convicção minha de que é este o único caminho para a paz mundial. Então, vamos começar a andar...".

A Professora Wangari Maathai

Ser profético a valer exige uma convicção firme e uma dedicação corajosa face à oposição e às ameaças. No Quénia, chamam à Professora Wangari Matthai a leoa das mulheres por causa da sua obra corajosa em prol do ambiente e da justiça para o seu povo.

Ela é a fundadora do já famoso Greenbelt Movement (Movimento da Cintura Verde), cujo nascimento remonta a 1971, e conta agora mais de 50.000 membros e vários viveiros de plantas ornamentais. Esta organização, além de ter plantado 7 milhões de árvores por todo o Quénia, tem feito campanhas de sucesso a favor dos direitos dos habitantes urbanos ao lazer, tem protestado contra a poluição química e contra a construção de habitações fracas para os pobres.

Esta leoa das mulheres é uma pessoa "populista" que não tem medo dos políticos patriarcalistas do Quénia. Não tem medo de desafiar o Senhor Moi e o seu governo quando se trata de proteger a terra e melhorar a qualidade de vida para todos. Marcada com o rótulo de "subversiva" pelo governo, ela entrou para a arena política como membro do Forum para a Restauração da Democracia (FORD). Ao trabalhar pela libertação de presos; ao participar em greves de fome, marchas de protesto e grupos de pressão, ela tem sido acusada de transgressões, publicamente vexada pelos políticos e tem sido vítima das maiores calúnias.

Mas a falta de bom nome nos círculos políticos não tem impedido a Professora Maathai de alcançar reconhecimento internacional pelo trabalho que faz. Sendo a primeira mulher professora universitária do Quénia, ela chefiou o Departamento de Estudos Veterinários em Nairobi e, em 1984, recebeu a maior honra da Suécia, o prémio "Direito à Subsistência". É membro da comissão de selecção de premiados da UNEP (United Nations Environment Prize - Prémio Ambiental das Nações Unidas) e recebeu o prémio de liderança em agricultura sustentável da África.

Wangari Maathai, à maneira bem profética, lança invectivas contra aqueles que violentam a terra e oprimem os pobres. Só porque alguém é rico, poderoso e proprietário - isso não é título para a destruição do ambiente. Faz-nos recordar o profeta hebraico Amós quando proclamou:
O leão ruge: quem não temerá?
O Senhor Javé fala: quem não profetizará?
…Não sabem agir rectamente - diz o Senhor
Eles que amontoam nos seus palácios (o fruto) das suas violências e dos seus
roubos (Amós, 3: 8,10).

Irmã Helen Prejean

A Irmã Helen Prejean, dos Estados Unidos, cumpre os critérios duma profetisa moderna. Pelo seu trabalho, pelo seu exemplo, pelos seus escritos, pelo seu falar cândido e pela sua convicção religiosa, ela enfrenta o governo americano, principalmente sobre a sua política da pena de morte.

A Irmã Helena é membro das Irmãs de São José, em New Orleans. Ela presta serviço a famílias e a indivíduos que foram afectados pela pena de morte. É uma das vozes mais vigorosas a favor da abolição da pena capital nos Estados Unidos. O seu serviço de conselheira espiritual dos condenados à morte dá testemunho de que toda a vida é sagrada, tanto culpada como inocente. Ela tem-nos mostrado que o amor da reconciliação não conhece fronteiras, ao cuidar também das famílias das vítimas dos próprios condenados à morte. A sua atitude persistente e as suas estórias cheias de sentimento têm conseguido acordar muitos corações adormecidos para a contemplação da horrorosa realidade da pena de morte. A Irmã Helena é absolutamente imparcial na sua postura profética. O seu livro Dead Man Walking (Caminhada do Homem Morto) está agora em filme, aliás de grande êxito. Os muitos prémios que ganhou atraíram um vasto auditório. Desta maneira, a sua postura profética tocou muitos que, de outra maneira, talvez não dessem pelo horror que é o assassínio legal.

N.B. Estes são apenas alguns profetas contemporâneos. Sem dúvida que haverá muitos mais homens e mulheres que poderiam ter sido incluídos nestas páginas. Caso conheça outros exemplos de pessoas que cuja vida poderia constituir uma inspiração para os demais, envie-me para que eu possa publicar aqui.

Paz e Bem!
Maria Cunha